The Valentines e Bon Scott
Antes de se tornar a lenda do rock à frente do AC/DC, Bon Scott já mostrava seu talento em uma banda que pouco se assemelha ao som explosivo que o consagrou. The Valentines 1968, EP homônimo da banda The Valentines, é uma viagem encantadora ao final da década de 1960, mergulhando em harmonias vocais doces e instrumentação que evoca os Beatles e o melhor do rock sessentista.
O EP é um testemunho da influência da British Invasion na música australiana. A produção é limpa e brilhante, com guitarras que trafegam entre riffs melódicos e bases ritmadas. As linhas de baixo e bateria são simples, mas eficazes, mantendo o groove dançante típico da época.
As harmonias vocais são o ponto alto. Bon Scott, ainda jovem e longe do timbre rouco e energético que marcaria sua carreira futura, impressiona com uma voz suave e cheia de nuance, perfeitamente sincronizada com o resto do grupo. É fascinante ouvir essa versão quase "ingênua" de Scott, que exala a energia vibrante e a paixão pela música que mais tarde explodiriam no AC/DC.
Destaques como "I Can Hear Raindrops" e "To Know You Is To Love You" mostram a habilidade da banda em criar melodias cativantes e refrãos que grudam na mente. As letras seguem o tom leve e despretensioso da época, abordando temas de romance e diversão juvenil.
Embora The Valentines não tenha alcançado o estrelato mundial, The Valentines 1968 é um documento histórico que captura o espírito da música pop/rock da década de 60 e serve como uma peça curiosa para fãs de Bon Scott e do rock em geral. É um EP cheio de charme, energia e nostalgia, que prova que mesmo antes de ser uma lenda, Bon Scott já era uma estrela em ascensão.
Se você gosta de Beatles, Bee Gees do início da carreira, ou daquele som ensolarado dos anos 60, vale a pena mergulhar nessa obra. É uma oportunidade de descobrir um lado pouco conhecido de Bon Scott e entender o início de sua jornada musical.